domingo, 27 de fevereiro de 2011

O 5º Império: Planeta Polis Politikós - o planeta-cidade-dos cidadãos, pertencente aos cidadãos

Planeta Polis Politikós - o planeta-cidade-dos cidadãos, pertencente aos cidadãos

* O actual sistema é parte de uma evolução natural da espécie, levar as pessoas a compreender que tudo evolui, e como tal, ter um sistema político da Grécia antigo ou um modelo importado de um shopping (revolução francesa) não é obviamente a solução. A solução é criar - sim, eu gosto de Agostinho sa Silva :]

* Os Portugueses sempre sonharam com o 5º império - para uns, o império de Deus, para outros, a voz da Deusa ou até mesmo... para mim e para o Sr. Agostinho da Silva... o fim do paradigma - a sociedade sem economia diz ele. Quem melhor que um povo, que criou um império em 30 anos (e que de facto produziu nesses países riqueza - lembro-me das imagens de Lourenço Marques... ou do Brasil, claro, existiu escravatura, existiu também um tempo e existe um tempo para todas as crenças na terra - nascem e morrem quando é seu tempo) para desenvolver este novo início?.

* Tentar levar os Portugueses a compreender que, se hoje o Infante dissesse "Vamos navegar por mares desconhecidos e esse será o nosso império" o teriam visto como lunático e louco. Tal e qual nos podem dizer os mais cépticos hoje em dia.

* Falar do novo mar, a nova navegação pelo desconhecido, que será o encontro com a voz do Universo: uma economia em harmonia com o Planeta, e em harmonia entre todos os povos. O 5º império.O Império da Sabedoria que usa livros em vez de bombas! Que expande a sua influência cultural em termos científicos e coabita com todas as religiões humanas. O único império existente no globo e que todos os 7 biliões comandam em uníssono.

* Compreender que tudo no ser humano é dual (céu inferno, branco preto, nós os outros) e que na verdade, sistemas sociais como comunismo ou socialismo são distantes da pureza do significado dessas palavras... o melhor sistema será sem dúvida aquele que será capaz de ouvir todo e qualquer cidadão! - em termos políticos, e capaz de sustentar a nossa existência e a de toda a natureza" - em termos económicos. Estas serão as 2 regras do universo e da "auto-preservação" planetária. Seria possível transitar pacificamente até mesmo levando a nossa república a esse regime totalmente participativo, sem representação e onde todos aceitam a supremacia da ciência na construção social? Esta será a nova "planeta polis politikós" (planeta-cidade-dos cidadãos, pertencente aos cidadãos).

* Não sei quanto tempo demorará, nem se é aqui o melhor espaço para dizê-lo, mas temos de demonstrar às pessoas que o sistema político actual é inerte e comerciante dos seus próprios interesses. Os únicos capazes de se representar a si próprios somos todos nós. Demonstrar que não podemos vir à vida a passeio! "Uma das penalidades daqueles que recusam participar na política é que acabam por ser governados pelos seus inferiores." - Platão (Desculpem-me a massa... só quero ajudar)

* Por último... eu gostava que questionassem um geólogo sobre como olha a comunidade científica para o papel das grandes bolsas de petróleo no equilíbrio planetário? Já me questionei seriamente se, quando uma bolsa da magnitude da localizada na Arábia Saudita, entra em contacto com o Magma, uma vez que é petróleo, não seria suficiente para destabilizar o planeta (de forma natural em termos geológicos), e se não será a existência destas grandes massas de hidrocarbonetos imprescindíveis para o normal funcionamento do nosso planeta. Se, de acordo com o que eu acredito por dedução racional do meu pensamento, mediante as movimentações tectónicas das placas, parte sobe à superfície (poços de petróleo ao ar livre que fossilizaram muitos seres vivos) e parte desce para o magma, então não estaremos a prejudicar o planeta em milhares de milhões de anos no futuro? Não poderá ainda dar-se o caso de estas galerias planetárias debaixo da crosta virem a colapsar causando catástrofes absolutamente "bíblicas"? Gostaria que investigassem este tópico que me parece completamente existente tanto nos media como nos ecologistas dos dias de hoje. Provavelmente será um assunto que deverá ser mantido em segredo por parte das petrolíferas concerteza. Não que o homem não o utilize, mas que torne prioritário o seu uso e tente arranjar formas alternativas de repor o seu consumo... ou pelo menos, muito rapidamente tentar estudar e iniciar estratégias de solução adequadas para "remendar" algo do que já fez. Lembrem-se: os campos do Norte do Atlântico estão em declínio (BP) e a Arábia Saudita já não consegue aumentar a sua produção (atingiu o "plateu" de produção máxima). O colapso da economia dos hidrocarbonetos é real e deverá representar uma motivação DESESPERANTE para reorganizar os nossos sistemas sociais e culturais bem como tecnológicos.

* O problema dos nossos sistemas de decição e governo actuais é a inércia face à tecnologia, a inércia face ao desenvolvimento. Os paradigmas científicos têm uma cadência cada vez mais rápida, e os nossos governos permanecem impávidos e serenos à séculos demais!

Para os primeiros a baixar os braços...

Bem... existe 1 ou 2 regimes neste "3º calhau a contar do Sol" que conseguem fazer prevalecer a vontade do povo... ou melhor, uma vez que "povo" faz parecer um grupo de gente ignorante, passo a chamar "cidadãos".

Quanto a essas dinastias (tiranos da revolução árabe do início do século XXI), quando caem, os seus recursos "infinitos" tornam-se finitos e chegam a um fim. Até no mais longínquo do off-shore as contas são bloqueadas por gente que lhes interessa que tal aconteça. Faz-me pensar em gente capaz de desviar 23 triliões (isso é muito zero à direita) da economia global e que, portanto, passa a ter o valor de décadas de orçamentos de estado de uma nação como os Estados Unidos... que diga-se, esses "Americanos" parecem mais entorpecidos com os maravilhosos media à procura da sombra da bananeira que outra coisa qualquer (um lugar à sombra em Wall Street? ouvi dizer que existe lá muita sombra...). http://english.aljazeera.net/indepth/opinion/2011/02/2011218151257526294.html# (nope... a aljazeera não é a televisão dos terroristas, e mantém uma linha editorial bastante independente)

Estamos mal? diria que não... pois no fim de contas, é tudo uma máquina que funciona dependendo do seu sangue e o sangue é pura e simplesmente aquilo que os Homens quiserem que o seja: o dinheiro é meramente uma ferramenta, logo, existe a possibilidade de alterar o sistema de forma bastante rápida e gradual. Faz sentido que se faça dinheiro do dinheiro, ou antes dinheiro do trabalho? Por cada dólar ou euro especulado, diria que existe uma alma que vê o seu acesso ao básico para viver mais dificultado. Como vêm, se pensarmos desta forma, compreendemos que existem muitos Gaddafi... psicopatas com a consciência manchada. Pessoas que não detém o altruísmo necessário para se querer evoluir a espécie humana e que se encontra em cada esquina das nossas metrópoles e megalopoles.

Provavelmente a maior parte de nós irá vislumbrar a sociedade diferente que por aí caminha à nossa frente... espero que seja melhor, só depende de nós :] e se filosofias existem para a criar, já no século XIII e XIV em Portugal se falava no fim da economia e no sustento de toda a população... parece-me evidente que não se aprende isto na escola (óbvio) mas cada vez existem mais pessoas a compreender que tal é a possibilidade desta sociedade. Quanto a isto, baixar os braços? NÃO! Apenas ler e pensar... inventar e inovar... Estar disponível para abrir a mente a novas ideias e aprender a respeitá-las... em vez de as deitar por terra na primeira oportunidade. Somos um povo que para construir um império decidiu ir por mares desconhecidos, enquanto muitos de nós hoje ironizaria e gozaria com alguém que o quisesse fazer nos dias de hoje "Louco" e "Lunático!" diriam... Em vez disso acreditam em entorpecimentos à Sr. Silva que lá porque tem um nome comum e é economista não significa que seja sério. Aliás, economista é alguém por si só é louco e que não compreende a etimologia e essência da própria palavra "eco"-"nomia"... Talvez seja melhor dizer que o grandioso "Infante" dos dias de hoje é um lunático qualquer. Que é para vocês ser rico? É ter 20 casas, ou saber que se possui comida para viver e mãos para fazer mais? É ter um Estado capaz de vos sustentar à custa dos impostos que cobra a quem produz sustento? Ou antes um pedaço de terra com tudo o que necessitam para viver? Talvez prefiram antes que outros o façam por vós... e sentem-se pobres por isso... sois pobres sim, mas de espírito e conhecimento. É tão óbvio até nos textos sagrados o segredo do homem, e no entanto continuam a lutar por um sistema de "Statu Quo"...
Enquanto o estado tentar o sustento de parte pelo roubo da outra parte (poderíamos definir o socialismo desta forma), aquele que usa as mãos para se sustentar terá sempre o perigo de que lhe roubem a sua propriedade privada...

Mas... já que falo em propriedade privada, aproveito para questionar-vos... quantos de vocês sabem de onde descende e quem foi o primeiro Humano a cria-la enquanto conceito? Julgam que tudo apareceu criado? Que nada é contestável? Temo então que os media tenham feito o seu papel em retirar-vos estas questões da cabeça...

As primeiras leis de propriedade privada datam da Suméria, considerada a civilização mais antiga da Humanidade, localizada onde é hoje o Irão e Iraque: 3000 - 3500 BC. Em 1500BC segundo o nosso sistema de datação, surgem os dez mandamentos onde se insere de forma genérica: "Não Roubarás". Preconizando o acesso em partes dos escritos sagrados e antiga "lei" judaica o acesso à propriedade privada com várias formas e assumindo os contornos desejados em diferentes épocas - ora comunitária, ora individual, dependendo se era utilizada ou não para fins produtivos, poderia ou não ser alienada do proprietário. Era tido como aceite que aquele que não cultive a terra perde o seu direito por não a fazer produzir o sustento para a comunidade.

Aristóteles escreve em resposta à República de Platão os seguinte:
"Consideremos quais deveriam ser as características da propriedade: deveriam os cidadãos do estado perfeito ter as suas possessões em comum ou não? Esta questão pode ser discutida separadamente dos decretos sobre as mulheres e crianças. Mas mesmo admitindo que as mulheres e as crianças permanecem indivíduos, seguindo os costumes, que são universais no presente, não pode haver uma vantagem em ter e usar bens em comum? Três casos são possíveis: (1) o solo pode ser apropriado, mas o produto pode ser lançada para o consumo em ações ordinárias, e esta é a prática de algumas nações. Ou (2), o solo pode ser comum, e pode ser cultivada em comum, mas a produção dividida entre os indivíduos para seu uso privado, esta é uma forma de propriedade comum, que se diz existir entre os certos bárbaros. Ou (3), o solo e os produtos podem ser igualmente comuns.

Quando os lavradores não são os proprietários, o caso será diferente e mais fácil de lidar, mas quando eles lavram a terra para si a questão da propriedade dará um mundo de problemas. Se eles não compartilham igualmente alegrias e fadigas, os que trabalham muito e recebem pouco irão necessariamente queixar-se daqueles que pouco trabalham mas que recebem ou consomem muito. Mas na verdade haverá sempre uma dificuldade entre homens que vivem juntos e que tenham todas as relações humanas em comum, mas especialmente tendo a sua propriedade em comum. As parcerias dos companheiros de viagem são um exemplo para o ponto, porque eles geralmente caem sobre assuntos do cotidiano e discutem sobre qualquer trivialidade que apareça. Assim, com servos: somos mais capazes lidar com uma ofensa daqueles que frequentemente entram em contato com a nossa vida diária." in http://www.cavehill.uwi.edu/bnccde/PH19C/tutorial10.html

Atistóteles assume uma posição, segundo este texto, na qual acredita que para uma sociedade desenvolvida e numerosa, o trabalho comunitário e "comum" é impraticável devido às complicadas relações humanas que o ser humano desenha com os outros na sua vida normal.
Algo que me parece óbvio. Aliás, é esta a grande base para se introduzir o sistema de "lei" na sociedade. A lei serve para definir as fronteiras entre nossa liberdade (no seu sentido de acção social) e a dos outros. Mas, é justo reflectir, será o ser humano nos tempos da Grécia idêntico ao actual? Não terá o ser humano evoluído? Parece-me interessante pensar que existem diferentes tipos de sociedade e diferentes tipos de estratos (sociais, económicos e culturais) na própria sociedade. Por exemplo, uma vez que o valor dinheiro não se reflecte na educação cultural da pessoa, mas sim a forma como culturalmente o ambiente o moldou para ser sociável, poderemos questionar se não existirão grupos na sociedade capazes de se comportar educadamente. Conflitos existirão sempre, a forma como os poderemos resolver é que difere. Imaginemos que partilhamos a produção agrícola de um campo que comprámos a meias entre nós. Se eu parto um utensílio agrícola importante no decorrer da produção, não é justo pensar que poderíamos os dois resolver juntos? E se entrarmos em conflito, não existirão sistemas actualmente capazes de resolver rapidamente o conflito sem que nós tenhamos que desesperadamente tentar quebrar a parceria?

Parece-me que neste ponto se trata de culturização e educação para lidar com sistemas diferentes de propriedade.
Tendo ponderado que talvez as pessoas possam de facto conviver em conjunto quando para tal são educadas, podemos questionar outro aspecto da propriedade privada como a utilização da mesma. É justo que numa região saturada de propriedade privada, detida por determinada sociedade, exista alguém com propriedade incapaz de a utilizar (por excesso ou incapacidade, etc) ao mesmo tempo que existe indivíduos na sociedade que nunca demonstraram a sua capacidade e que não detém recursos para a adquirir?

Mas continuemos a falar de propriedade privada... numa outra altura se me apetecer...

Deixo-vos a pensar neste início de pensamento... de reflexão... é justo que nada faz com a terra ser o proprietário da mesma? Ou será justo que o homem que utilize as suas mãos para nela produzir detenha o seu direito à mesma?

Sustento... Saúde e Sabedoria! É e sempre será a nossa maior riqueza!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

As GRANDES pessoas e as pequeninas.... para quem passeia pela vida!

Não gostei do tom de alguns artigos que li em jornais que apregoam como justo que o jovem deva se sujeitar a tudo o que lhe aparece para crescer. Não é justo nem saudável para ninguém e todos nós sabemos como de facto o jovem não irá crescer.

Sugiro que leiam um artigo de Catarina Carvalho, no Jornal de Notícias: http://www.jn.pt/Opiniao/default.aspx?opiniao=Catarina%20Carvalho

"Irrita-me que jovens de barba mal semeada estejam a lutar por empregos seguros. Irrita-me que o seu maior desejo seja ser... funcionários públicos, encaixadinhos e de salário certo ao fim do mês. Exigem-no, mesmo. Em vez de se exigirem livres, estarem livres no tempo que lhes cabe sê-lo e provarem o que valem. Lutarem, emigrarem, mostrarem o que podem fazer e como a sua juventude aliada à qualificação pode ajudar a mudar as coisas. " - Catarina Carvalho


Bem...

* barba mal semeada? Que diria Agostinho da Silva (ou o Sr. Nietzsche)? Que a senhora deveria estar a falar mal dele? Bem... não lhe iria de certo interessar!
* Empregos seguros? - Como eu luto por um emprego seguro que não ganhe absolutamente NADA! Foi isso que eu sonhei e que, provavelmente, também sonhou a Sra. Carvalho para os seus filhos.
* Funcionário público? - De certo... se público for trabalhar para uma Weta Digital, ou Double Negative ou para algum dia ajudar a criar um "Avatar"... sim, realmente todos nós desejamos o que é público: Evoluir seja no público ou privado. Até porque acredito que jovens na função pública seria de certo uma mais valia para a sua regeneração e evolução.
* Salário certo ao fim do mês? Sim... todos nós o temos: 0 EUROS... Graças a gente como ela! ou será antes -150€ (sim! Negativos!) por causa da Segurança Social?
* Exigi-lo? Não!!! Já temos isso tudo! Estamos todos MUITO bem! Melhor? Quem sou eu para desejar tal?
* Livre? Claro... os meus pais têm dinheiro para isso!
* Provar o que valho? Humm.... ZERO EUROS! Alguém já fez questão de o demonstrar bem demonstradinho!
* Lutar? Quantos são? Ganho por isso? Se for dois quero receber o dobro! (0x2 = ZERO)
* Emigrar? Onde é que a senhora trabalha? Posso-lhe pedir para me pagar o bilhete de avião? É que talvez arranje qualquer coisa lá fora que me pague alguns 100 dólares por semana :) que bom... vou poder enviar remessas do exterior para Portugal! Não é isso que o Teixeira deseja? Ou será melhor para a Sra Carvalho eu ir trabalhar lá para fora para não lhe ameaçar o trabalhinho? Quem fala assim realmente... tem muito medo! Bem sabemos Sra Carvalho que para manter a sua posição social.... temos que fazer muitas coisas que provavelmente nos seus anos de Estudante se sentiria arrependida! Quanto se está do outro lado, já não pensamos no lado de lá... que bom para si!
* Mudar as coisas? Sim! Estou a criar uma empresa! Tenho orçamentos num valor muito alto! E normalmente mais de 60% dos clientes, ou são mal pagadores, ou ficam a dever, ou fogem, ou criam problemas onde nunca deveriam ter criado... porquê? Já não querem o que pediram? Mas afinal o português é assim tão fino ao ponto de pedir um serviço pelo qual não tem o dinheiro de parte para pagar?

NÃO MINHA SENHORA! EU NÃO QUERO O DIREITO AO EMPREGO! Quero o direito ao pagamento do meu trabalho! Ou será que ainda não o COMPREENDEU? QUERO QUE QUEM NÃO ME PAGUE O QUE É MEU DE DIREITO SEJA CONDENADO POR SER VIGARISTA E CRIMINOSO!
Bem, quem não compreende que capitalismo e comunismo são meros sistemas económicos cujos nomes são deturpados por si só (comunismo? onde anda a etimologia da palavra? não seria mesmo melhor viver num sistema combinado entre comunidade no sentido comunitário da palavra e capitalista no sentido evolucional das economias?) e que pode existir comunismo em democracia (segundo as suas etimologias) e capitalismo em tirania? Que direita e esquerda são meras partidas bipolares para uma Humanidade que se quer partida entre o nós e os outros? Capitalismo? Socialismo? Nacionalismo? Afinal... que é isto tudo? Onde estão as origens das suas palavras? Conservador de que tipo de ideias? De ideias revolucionárias? Liberal de que liberdade? Nacionalismo ou Humanismo? Altruísmo ou Egocentrismo? Agora ou Nunca? Preto ou Branco? Inferno ou Céu? Rico ou Pobre? Doente ou Saudável? Digno ou Indigno? Seguro ou Inseguro? Qualificado ou Inqualificável?

Bem disse Freidrich Nietzsche que todos nós devemos um dia ser crianças de novo... para podermos vir a ser o Super Homem... e que Super Homem! Um capaz de olhar pelos tempos da história, olhar para todas as mentiras e alçapões da sociedade e dos seus tempos e Homens dos seus tempos... Aqueles que jazem nos cânones do pensamento Humano serão os que compreenderam a grande imagem da nossa Espécie, e não os pequenos e insignificantes que não olham para além do cheque que lhes tem o número do ordenado com o qual podem ter algum tipo de sensação de poder de "status" para com os seus pares. Os romanos diziam "statu quo"... "in statu quo res erant ante bellum" - o estado que as coisas eram antes da guerra! Porque a guerra, é meramente uma revolução nos poderes de um dos seus participantes: o vencido. É disso que aqueles cujo cheque têm medo de perder conhecem sem ter conhecimento: os vencidos são normalmente aqueles para quem o "statu quo" mudou.
Nunca estes saberão que a real importância da nossa passagem pela terra será a de que, saciado o nosso corpo, possamos ouvir a voz do Universo. Essa é a voz da nossa Espécie, do nosso conhecimento e da nossa evolução.
Os pequenos disso nada sabem... nada querem saber... pois um dia a Espécie terá do dinheiro dos seus ordenados a triste lembrança do que poderá ter sido viver-se tão livremente oprimido por massas de crenças de cultura da motivação pela obrigação e pela escravatura dos nossos sistemas actuais. Que se dirá? Que o sistema bancário é a evolução do feudalismo? Que a selvajaria capitalista de criminosos de Wall Street que afundaram o planeta por alguns anos ou décadas foi-lhes compensada à luz do paradigma existente? Que seremos os dois séculos (XX e XXI) da ignorância Humana? Os verdadeiros egocentrista de toda uma espécie aniquilada pelo valor do seu maior Deus dourado? Nós seremos sem dúvida os dois séculos da ignorância, onde após uma idade média de trevas, evoluímos para uma idade pré desenvolvida do desperdício de recursos tão fundamentais quanto os hidrocarbonetos e que por isso, não seremos tão iluminados quanto um dia quisemos sê-lo. O quinto império de Portugal está por cumprir... e o do mundo também! Apenas tenho a certeza que não será pelas insignificâncias da Sra Carvalho que este se cumprirá.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ACAPOR e as 1001 noites

Vou-me dignar a colocar lei por cá... e sugiro que a leiam:

http://www.igf.min-financas.pt/inflegal/bd_igf/bd_legis_geral/Leg_geral_docs/LEI_067_98.htm

Assembleia da República
Lei n.º 67/98
de 26 de Outubro
...
Lei da Protecção de Dados Pessoais (transpõe para a ordem jurídica portuguesa a Directiva n.º 95/46/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 24 de Outubro de 1995, relativa à protecção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento dos dados pessoais e à livre circulação desses dados).

CAPÍTULO II
Tratamento de dados pessoais

SECÇÃO I

Artigo 8.º Suspeitas de actividades ilícitas, infracções penais e contra-ordenações

1 - A criação e a manutenção de registos centrais relativos a pessoas suspeitas de actividades ilícitas, infracções penais, contra-ordenações e decisões que apliquem penas, medidas de segurança, coimas e sanções acessórias só podem ser mantidas por serviços públicos com competência específica prevista na respectiva lei de organização e funcionamento, observando normas procedimentais e de protecção de dados previstas em diploma legal, com prévio parecer da CNPD.
2 - O tratamento de dados pessoais relativos a suspeitas de actividades ilícitas, infracções penais, contra-ordenações e decisões que apliquem penas, medidas de segurança, coimas e sanções acessórias pode ser autorizado pela CNPD, observadas as normas de protecção de dados e de segurança da informação, quando tal tratamento for necessário à execução de finalidades legítimas do seu responsável, desde que não prevaleçam os direitos, liberdades e garantias do titular dos dados.


Conclusão: Mas que raio vem a ser isto? lol terá a CNPD permitido À ACAPOR proceder À tal recolha de IP's?
Se a CNPD não emitiu qualquer diploma legal com o seu parecer positivo, então a ACAPOR está em mais sarilhos que o resto dos 1000 IP's.

Pergunta: A ACAPOR tem o tal parecer da CNPD? Se não tiver, onde posso reclamar e lutar pela minha privacidade enquanto cidadão?

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Acerca das pré condenações à Wikileaks

A não prestação de serviços a entidades motivadas pela simples "pressão" politica é uma violação dos direitos Humanos e Comerciais do cidadão.

A Wikileaks já foi julgada nos EUA?

Pois enquanto uma condenação por parte das autoridades americanas não for emitida, considero a tal politica corrupta e sem objectivos democráticos.

O direito internacional também prevê que os serviços sejam bloqueados apenas nos EUA, caso as autoridades desse país condenem uma organização, mantendo-se o serviço activo noutros países onde a organização não é considerada culpada.

Os nossos Estados Ocidentais democráticos são ou não são ESTADOS DE DIREITO?

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Não às «jotas», não à política profissional, não às ideologias entorpecedoras, em prol de uma sociedade mais funcional.

A questão das «JOTAS» e a Profissionalização da Política

Que haja o 1º partido sem uma «jota». Que convide cidadãos activos da sociedade civil para ingressar as suas listas e lideranças... de forma dinâmica e activa, contrariando o que se passa com os restantes partidos políticos (pelo menos em Portugal).
Só assim tal partido ganharia o prestígio nas novas gerações empreendedoras que aí estão a caminho.
Uma «jota» só serve para encontrar indivíduos submissos e com valores diferentes dos que se quer presentes na política: responsabilidade, criatividade, inteligência, respeito, empreendedorismo e Gestão com interesse no bem comum.
Uma jota retira tempo para se empreender activamente na sociedade e o trabalho executado em jotas é apenas mais do mesmo que todos nos temos habituado: uma plataforma de criação de indivíduos educados no mesmo sistema absurdo de corrosão do bem público. Seja esta corrosão criada por tráfico de influências ou não, os indivíduos potencialmente merecedores de cargos partidários deveriam sempre demonstrar apetências em áreas distintas da sociedade. Não só no ambiente académico como também e sobretudo na esfera privada - no sector empresarial privado (médicos, artistas, empresários, trabalhadores, agricultores, pescadores, etc).




Os "DESCOBRIMENTOS" necessários para uma sociedade funcional

A única sociedade onde o sistema político consegue manter uma coerência entre sociedade e política, na actualidade, é o Suíço: existem representantes políticos e civis do povo na mesma assembleia, onde os últimos "controlam" os primeiros.
Como todos nós sabemos, o simples controlo das corporações mediáticas por elementos que controlam diferentes espectros da sociedade civil não é sensato e corrói o propósito do jornalismo. Cite-se o caso de Francisco Pinto Balsemão, Presidente do Grupo Imprensa e fundador do PSD, e de tantos casos de linhas e agendamentos editoriais em corporações mediáticas pelo globo. Assim, o jornalismo não é nem nunca será uma arma de regulação de poderes, pois ele próprio está subjugado tanto ao político como ao económico. E como todos nós compreendemos, o actual grande manipulador do jogo da decisão social é o poder económico: A MÃO QUE EMPRESTA DINHEIRO AO ESTADO e a tudo o resto.
Os níveis de endividamento são tão altos, que se coloca a grande questão moral: quem é o proprietário dos títulos de dívida por todo o Globo? Estes títulos de dívida são uma porta aberta à propriedade. Seja ela pública ou privada, empresas ou nações.

É estritamente necessário obter maior controlo sobre a política, por parte da sociedade activa. O sistema político é uma construção da sociedade para que esta consiga manter a sua boa vivência e auto-determinação (não necessariamente ligada a questões do foro nacionalista) enquanto grupo social.
Este sistema, quanto mais centralizado estiver, mais distante dos cidadãos estará também. E, julgo não estar sozinho nesta opinião, é o poder local que mais capacidade detém para tocar no bem estar dos seus munícipes, enquanto o Estado Central apenas se dedica a uma mera equação: Receitas - Despesa = Saldo -> se Saldo negativo, Dívida Pública aumenta, se Saldo positivo, Dívida Pública diminui. Assim o Estado Central apenas e só está interessado nas grandes questões como a manutenção do Estado Social, enquanto as Autarquias normalmente concretizam obras (não só urbanas e de asfalto - note-se) que são sentidas pela população.

O poder político deve começar nas autarquias e juntas de freguesia. Devem ser estes os centros de discussão das pequenas comunidades para que os seus interesses sejam ouvidos, discutidos entre autarquias, e se façam ouvir entre os governos regionais e centrais. Mantenho a opinião que apenas as autarquias sabem controlar as suas economias locais com mais precisão e rigor que um governo regional.
As cidades estado deverão ser o modelo ao qual a sociedade irá voltar. Cada cidade deve tornar-se auto-suficiente em todos os níveis. Ao conjunto das cidades, existe uma região com um governo regional, e ao conjunto dos governos regionais, um governo federal. Da-se mesmo o caso, por exemplo, de em matéria de política monetária, várias cidades ou regiões possam emitir moeda sem dívida - impressa pelas autoridades políticas locais e cuja alteração processual em constituição nacional (ou qualquer foro político sistémico - federal, regional, autárquico, comunitário ou supra e extra nacional) deva ser estritamente proibida. Esta moeda é apenas aceite enquanto promessa de pagamento entre cidadãos e entidades que acreditem nas suas autoridades.

A ideia de comunismo e capitalismo está ultrapassada. Aliás, nunca foi correcta: comunismo deveria ser um tipo de regime que vive da comunidade para esta. Nunca o foi. O comunismo, que a meu ver é a política das comunidades, uma espécie de política comunitária à moda da Grécia antiga, onde cada comunidade opina sobre o seu futuro, pode e coabita com os mercados de capitais. Os binómios devem ser antes Comunismo vs Estado Todo Poderoso e noutro binómio: Capitalismo (livre produção e comércio) vs Produção de Controlo Estatal (uma espécie de Produto Interno Bruto totalmente nacionalizado). O primeiro binómio é sobre os modelos políticos, e o segundo sobre modelos económicos. Onde se lê Comunismo até à data, acedemos mentalmente à imagem de Estado Todo Poderoso, que está errada. Pois Estados como a China e a Ex-URSS foram "Estados Todos Poderosos" não comunistas, com PIB's quase totalmente nacionalizados. Actualmente, a China é ainda um Estado Todo Poderoso, centralizado e com a economia "Pseudo"-aberta.

Este é o nosso mundo, visto doutro ângulo, mas a concepção das palavras e a sua origem pouco têm haver com os seus significados actuais. Talvez sejam meras alusões a conceitos que os diversos políticos nas últimas décadas têm regurgitado para o público.
Têm os modelos sido bem explicados à opinião pública, e a generalidade desta (um número ainda superior ao actual) teria optado pelo "Capitalismo". Pois este é o regime económico mais liberal de todos. O facto de ser liberal, não significa necessariamente não regulado. Pelo contrário: regulação é exigida e uma parte dos rendimentos deve ser cedida de bom grado ao bem comum do grupo social - o imposto. Esta parte DEVE ser sempre em proporções iguais, independentes dos rendimentos. Um bom exercício que proponho: retirar 20% ao PIB Português e comprar o resultado com o OE. De certo irão surpreender-se. Deve-se dar de volta à sociedade, para que esta nos possa oferecer algo em troca. Esta deve ser uma oferta sempre centrada no bem do grupo. Responsabilizações criminais severas deveriam ser criadas sempre que o bem comum fosse trocado pelo bem privado. Um crime contra um grupo é sempre superior a um crime contra o indivíduo, sendo o maior de todos centrado na perda da vida humana.

Indo ainda mais longe, talvez séculos até, os sistema de legislação desempenham um papel demasiado importante na vida de um país. Os métodos e processos de criação de leis são arcaicos nos dias correntes e contam entre 300 a 100 anos de idade. Quando o sistema social necessita de algo novo, normalmente o Governo responde com meses ou anos de atraso, ou responde mediante os interesses secundários à sociedade - interesses de grupos de pressão como a banca e os mercados financeiros, ou grupos de construção civil ou ordens profissionais querendo salvaguardar o seu status à custa do bem comum.


A UTOPIA:

Assim, soluções para esta problemática são importantes e um novo paradigma, atrevo-me a dizer, deve surgir. Um novo regime deve nascer nos dias actuais: o regime da ciência. O regime onde cada lei é estudada e hipoteticamente testada em zonas controladas de territórios. Onde para cada problema deve ser debatida uma solução concreta. Onde o sistema de decisão detém a análise, estudo e sugestão da solução. (Por que continuam os governos a encomendar estudos sucessivos de x ou y e não incorporam universidades nas suas práticas? Que espécie de desrespeito por essa instituição, algumas delas totalmente pagas pelo governo, está-se a demonstrar com a troca de uma Universidade por uma empresa privada?). Onde cada Universidade apresenta as suas propostas ao sistema de decisão, já não um Estado Todo-Poderoso, mas sim uma comunidade de ouvintes que discutem, legislam e analisam os seus resultados. Esta comunidade deve ser dotada de conhecimento intelectual capaz de discernir e pensar com as suas próprias mentes. Assim, todo o sistema educacional deve ser alterado para permitir o ensino da criatividade e da auto-crítica, da reflexão e da ponderação e discussão de ideias. No fundo, trata-se da construção de um novo ser humano: o SER CONSTRUTIVO E AUTO-CRÍTICO.

Cada proposta das Universidades, nos seus mais diversos domínios, deverá ser escrutinada pela população e, quando aceite pela mesma, será imediatamente legislada. Os legisladores não podem alterar nem propor leis. Quem sabe até, os legisladores deveriam ser pessoas educadas no seio do mundo académico. A competência do acto de decisão passa para a população, e o acto de propor leis passaria para as Universidades. Os resultados de cada lei devem ser analisados com estudos estatísticos, como se de uma tese se tratasse, e anualmente a lei deveria ser ponderada e rectificada.

A questão financeira de tal sociedade é também complexa, pois não está clara a natureza humana para lidar com a auto-realização. Será possível que a maioria dos seres humanos trabalhassem em prol da sociedade sem remunerações e retornos, onde toda a comunidade tivesse um papel a desempenhar? O Homem já o fez no passado, quando vivia em comunidades recolectoras que funcionavam como pequenos clãs.

E, estarão muitos de voz a ponderar, em relação aos trabalhos monótonos? Pois a nossa civilização actual já possui tecnologia para ceder estes trabalhos (ou a sua maioria) a máquinas.

Para tal visão se tornar realidade, toda a produção deve ser regida por particulares em prol do sistema comum. Todos os humanos seriam ensinados a viver em prol da comunidade. E todos os seres humanos receberiam educação, cuidados médicos, alimentação e energia de forma funcional em proporção com o grau tecnológico da sua sociedade. Todos seriam educados para ajudar nas políticas demográficas da população. E quem trabalharia na agricultura? Todos nós, pois este conhecimento seria ensinado na escola a todos os seres humanos: foi a nossa primeira descoberta enquanto espécie e não deverá ser esquecida. Ainda assim, poder-se-ia criar centros de Hidroponia, por exemplo. Para existir competitividade na sociedade, poder-se-ia atribuir prémios de conhecimento e/ou produção. Imagine-se que quem consegue produzir um advento à Humanidade poderia ficar imortalizado na nossa História colectiva. Talvez esse fosse o novo herói - o novo super ser: aquele que ajudou a sua espécie a dar mais um passo. A culinária seria uma competência educada na escola, a música, o desenho, a ciência, a medicina, etc... A economia seria reestruturada e até mesmo o seu nome alterado para "Gestão de Recursos" onde se aprenderia a gerir os recursos presentes no ambiente e na sociedade. As religiões existiriam e coabitariam umas com as outras, onde todos os seres humanos seriam livres para escolher e praticar a sua própria religião. E a política seria matéria para todos, sendo todos políticos e construtores da sua sociedade.

Imaginem a utopia... e tudo começaria com uma vontade de alguns os seres humanos...
Se pensarmos melhor, veremos que o hábito faz o monge. A nossa espécie é adaptável e facilmente integraria estes valores. Seriam necessárias décadas, e a reestruturação de todo o património humano.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Estados e Bancos....

Estados e Bancos.... mais concretamente: República Portuguesa

Programa de Financiamento da República Portuguesa para 2010

"O montante das necessidades de financiamento do Estado, no ano de 2010, a satisfazer por recurso àemissão bruta de instrumentos de dívida de médio e longo prazo e ao financiamento líquido de curtoprazo, deverá situar-se entre EUR 24 e 25 mil milhões (dependendo do valor final das recompras de OTcom vencimento em 2011 que venham a ser realizadas ao longo do ano)."
in http://www.igcp.pt/fotos/editor2/2010/Programa_Financiamento/Programam_Financiamento_2010_PT.pdf

25 000 Milhões representa 2500€ por cada Português.

"A resposta à crise deu-se em várias frentes. No domínio financeiro, foram encetadas medidas orientadas para a estabilização do sector. Países como os Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Áustria, Bélgica e Países Baixos, conduziram operações significativas de injecção de capital público em bancos e outras instituições financeiras sistemicamente relevantes. No caso da União Europeia, as medidas de apoio ao sector financeiros estenderam-se à concessão de garantias por parte do Estado a operações de financiamento e refinanciamento das instituições de crédito, ao reforço da protecção dos depósitos com a elevação do limiar de garantia dos depósitos e ao tratamento dos activos com imparidade nos balanços
dos bancos.
A propagação da crise financeira à economia real e a natureza e dimensão da consequente recessão económica suscitaram, nos diferentes países, a necessidade de se implementarem medidas de estímulo orçamental para incentivar a actividade económica.
No caso da União Europeia, essas medidas foram definidas no quadro de uma acção concertada no âmbito do designado Plano para o Relançamento da Economia Europeia, acordado pelo Conselho Europeu em Dezembro de 2008.

in RELATÓRIO OE2010 - Reforçar a Confiança na Recuperação da Economia e das Finanças Públicas. pág. 15 http://www.portugal.gov.pt/pt/GC18/Documentos/MFAP/Rel_OE2010.pdf



Dito isto:

Os governos foram "obrigados" a ceder garantias e capital aos bancos que estavam a falhar, devido à tão famosa crise financeira do suposto "subprime" nos EUA. Todos estes governos foram "obrigados" a injectar biliões no sistema. Supostamente, havia-se evaporado dinheiro nos mercados. Não! A questão é que, já dizia Milton Friedman:

The stock of money, prices and output was decidedly more unstable after the establishment of the Reserve System than before. The most dramatic period of instability in output was, of course, the period between the two wars, which includes the severe (monetary) contractions of 1920-1, 1929-33, and 1937-8. No other 20 year period in American history contains as many as three such severe contractions.
This evidence persuades me that at least a third of the price rise during and just after World War I is attributable to the establishment of the Federal Reserve System... and that the severity of each of the major contractions — 1920-1, 1929-33 and 1937-8 is directly attributable to acts of commission and omission by the Reserve authorities...
Any system which gives so much power and so much discretion to a few men, [so] that mistakes — excusable or not — can have such far reaching effects, is a bad system. It is a bad system to believers in freedom just because it gives a few men such power without any effective check by the body politic — this is the key political argument against an independent central bank...
To paraphrase Clemenceau, money is much too serious a matter to be left to the central bankers.
- Milton Friedman, Prémio Nobel da Economia (caso queiram tradução, é só pedir)


Portanto, como todas as crises encetadas até à data, a razão normalmente é só uma: a quantidade de dinheiro no mercado. E pensem bem: porque não conseguem vocês, na sua maioria, angariar clientes e trabalhos melhores e maiores nos tempos que correm?

Não é tanto uma questão de valores, mas sim uma questão de quantidade de dinheiro na economia. Os valores são mera consequência.
Mas pensem no seguinte também, se uma aldeia criasse um sistema fechado, onde lá fosse produzido tudo o que é importante à sobrevivência dessa mesma comunidade. Agora, para além do cabaz de produtos disponível, não existe qualquer tipo de dinheiro.
Como podem as pessoas nessa comunidade praticar trocas comerciais se não o fizerem com os seus próprios bens?
Raramente em comunidades pequenas, os problemas são tão complexos quanto as nossas actuais cidades, mas raramente também paramos nas cidades, para pensar como afinal o sistema é simples.

Então, porque não tem Portugal dinheiro?
Porque o estrangeiro não nos empresta.

Isto é verdade para um país que se revela um péssimo investimento e com possibilidades de "defaut" da dívida soberana. Mas já lá vamos.
Portugal consome mais que o que produz: ou por outras palavras, pedimos mais dinheiro emprestado face à quantidade de dívida que repomos no mercado.

Uma das principais razões é o Governo, a outra é o Povo.
Que todos sabem que o Governo gasta mais que aquilo que ganha, é um facto. Mas a economia Portuguesa, desde sempre (ou desde que não é maioritáriamente de subsistência como em Salazar), não produz o que devia, e é investida de forma errada. O Governo é tipicamente o investidor por excelência de todos os privados. Esta pratica é visível com as Parcerias Público-Privadas, por exemplo.
Em países nos quais se facilita o investimento privado, existe capacidade para a sociedade gerar riqueza, mas tudo até um certo ponto. E esse ponto é o potencial de criação de dinheiro. Quem o tem? Os Governos?

Pois bem, os Governos enquanto criadores de dinheiro:

Na forma actual de economia, e de forma simples, os Governos criam dívida para que lhes seja entregue dinheiro. Este dinheiro é entregue pelos privados que investem no governo. Ora, este dinheiro não apenas entregue, é emprestado a taxas de juro. Em tempo concreto o Governo é obrigado a pagar a obrigação (assim o nome "Obrigações de Tesouro") mais os juros (e julgo também mas sem certezas com acertos monetários).

A imagem típica da casa da moeda a imprimir dinheiro não é tão simples quanto o comum dos mortais pensa. O dinheiro só é impresso quando o governo consegue "vender" um papel a afirmar o compromisso "eu comprometo-me a pagar o valor X com os juros respectivos em X anos", então e só aí, o X valor é impresso e emitido em valor monetário.

Este processo acarreta uma despesa que é paga pelo contribuinte: o JURO. E quem é que vocês pensam que tem a capacidade financeira para emprestar "25 mil milhões de euros"? As entidades financeiras dos nossos tempos.
Nenhum problema até agora, e uma vez que o ser humano criou o sistema do dinheiro, no qual existe risco ao emprestar, consentimos todos com a máxima "quantidade monetária diferente, capacidade humana diferente também". Máxima esta que filosóficamente acarrecta por si só um peso enorme que será questionado à Humanidade no futuro, quando atingirmos entidades sociais mais conscientes da espécie no seu todo.

Se antes podiamos construir uma casa num terreno de ninguém, e viver tranquilamente a produzir o que de certo faltaria na comunidade (pequena e sensivelmente isolada). Hoje não o podemos fazer. Somos privados sem bem, supostamente "direito universal" mas que o é para uma percentagem demasiado pequena da nossa espécie. Tudo porque para quantidades monetárias diferentes, capacidades humanas também distintas.


Conclusão:
Como foi citado no início desda crónica, os mais variados governos ajudaram a banca a resolver o seu problema de liquidez mundial devido à quebra nas garantias de pagamento das dívidas do sector imobiliário, que por si só eram negociadas entre bancos e instituições, revelando um buraco (que deveria ser auditado) de biliões de doláres.
Para tapar este buraco os governos cederam dos seus orçamentos quantidades enormes de dinheiro que foi "pedido emprestado" aos bancos e investidores privados nos mercados financeiros.
Nem por um momento estes investidores privados ponderaram tapar o buraco, pois não era da competência deles (será?), pois acarreta demasiados riscos financeiros. Assim, os governos foram chamados. Garantias foram emprestadas, cedidas, e até mesmo dadas. As taxas de juro insignificantes, ou até mesmo inexistentes. Para dar todo este capital (das pessoas, e dos povos) os governos pediram empréstimos (com taxas de juro de 1... 2 5... 7 ou até mesmo 10%). Estes empréstimos foram cedidos à banca, a taxas de juro de 0%.

Simples: Os governos pediram dinheiro emprestado com taxas de juro aos bancos, para ceder aos bancos, o dinheiro que será o futuro do povo. No fundo: o povo deu dinheiro aos bancos para pagar aos bancos.
Resultado: Minimizar o impacto que terá a crise. E que impacto seria esse se os bancos falhassem? Talvez o mesmo que vamos ver em 10 anos, quando as pessoas tiverem impostos demasiado altos, e taxas de juro insuportáveis.

E tudo reside na forma como o dinheiro é criado!